E digo mais:
se eu perdesse meu emprego nessa situação, eu sairia feliz.
Taí: o mercado médico tá bom ainda. não faltam opções de emprego. Tem lugares ruins e lugares bons – lugares que pagam mal, lugares que pagam bem. só precisa procurar e se esforçar pra ser chamado pros bons lugares de trabalho. Um lugar que demite um funcionário porque ele não foi malandro… Esse não é um hospital – essa é uma empresa de “saúde”, cujo objetivo é o lucro… seguramente não deve pagar bem, e nem deve ser referência em medicina, ou tou errado?
Cara se um lugar te demite se você se nega a dar um atestado médico falso, você que tem que denunciar a instituição.
Essa semana mesmo chegou um cara no PS em que estagio que teve um corte mínimo no meio da perna, era segurança e motorista, dei 1 ponto, 3 dias de atestado e o cara veio brigar comigo dizendo que precisava de pelo menos uma semana. Isso depois de chorar feito um bebê por causa da agulhada da anestesia, detalhe: o cara tinha dois metros de altura e parecia um armário.
Vê se eu posso?
A quantidade de gente pilantra é tão grande querendo atestado, que os médicos passaram a generalizar e achar que todo mundo quer atestado ou laudo para se aposentar. Isso acaba prejudicando quem está mesmo doente. Conto o caso que aconteceu com uma pessoa da família: o paciente chegou na emergência (plano de saúde particular) reclamando de dor de cabeça. O único sintoma era esse: dor de cabeça muito forte (sem febre). Ele ainda trabalha, mas já é aposentado, só que ninguém contou isso aos médicos. Nesse dia havia umas 100 pessoas com virose na sala de espera. O médico clínico colocou no soro, deu dipirona e não queria internar nem chamar o neurologista. Os médicos diziam que era virose, frescura ou stress. Após um grande reboliço, e muitas ligações depois, apareceu o neurologista que coletou o LCR. Oito dias depois de muitas dores em casa, saiu o resultado do exame: meningite. Hoje está internado, quase morrendo.
Lição que aprendi para ser levado a sério: na emergência, se tiver uns 50 anos, diga que já é aposentado; se for jovem, diga que é empresário.
Amanda, não sei se você é médica, mas saiba uma coisa: a maior vitima das “generalizações”, nesse contexto, são os proprios médicos! (A começar pelo seu comentário de que “os médicos passaram a generalizar” e não “alguns médicos”). Se tem uma coisa que um médico ouve desde o primeiro ano de faculdade é que cada caso é um caso e que todo paciente deve ter sua conduta individualizada. Médico procura fatos! E dá conduta frente a esses achados.
E nesse caso, não sei porque você achou que o fato de muitos quererem atestado tenha prejudicado o atendimento. O médico pode ter deixado de suspeitar da meningite, frente a uma cefaléia sem febre, mas não creio que tenha comido bola por achar que o Sr, queria só um atestado. Fora um detalhe importante…100 pacientes na espera? Quem aguenta esse ritmo e essa carga de trabalho? Só quem ja passou um dia de sobrecarga de trabalho sabe o que isso pode fazer com sua capacidade de raciocínio…tem coisa que passa batido mesmo…não porque o Dr é burro ou ruim, mas porque o cérebro já não dá mais conta de processar tanta informação…isso eu passo toda semana e posso te falar com toda certeza. Atender o paciente numero 3 do dia é simples…atender o 120-130 é outra história! Fora que pra VOCÊ pode ser que sejam 100 pacientes com “virose”, mas pro médico isso só pode ser dito após serem ouvidos e examinados os 100 pacientes. Entendeu quem está generalizando?
Amanda, eu não levaria um parente meu num médico que já atendeu 100 pessoas pelo mesmo motivo que não levaria meu carro num mecânico que já tivesse “consertado” 100 carros em um dia. Portanto, saiba que numa emergência nessas condições o atendimento será uma merda e coisas desse tipo têm alta probabilidade de acontecer. Quando vocês, pacientes, virem uma emergência nessas condições, ao invés de darem escândalo em nosso consultório, o façam na direção do hospital.
Pra mim… medico que se presta ao papel de atender 130 pessoas por dia não deve ser muito bom.. na verdade nao presta.. se o cara tem conciencia que depois do 100 nao faz um trablaho que preste.. e ainda assim faz.. pelo dinheiro talvez.. que por sinal falaram ai que é bem pokim… médico ai serve de nada nao.. so serve pra passar tylenol e soro!!! O dr fernando.. qnd eu for ai.. vo bem cedim.. pq acho que as estatisticas ai do senhor com todo respeito deve ser do paciente 100 em diante.. entra no modo automatico.. e que se fod@.. entra na generalização.. tao falada e criticada por vc.. é virose!! Ou streess =p
Caro Paciente, existe uma resolução do CFM que preconiza o atendimento de, no máximo, 36 pacientes por médico em plantão de 12 horas. Aí imagina, você, “dodoizinho”, chega a uma urgência e o médico diz : “Só atendo risco de morte porque já cumpri minha cota diária de 36 pacientes.” O que vai acontecer : Aquele velho chororô de que o médico não quer trabalhar e etc. Pago pra o hospital, público ou privado, que respeita essa resolução do CFM.
É triste ver o nível de ignorância da população quanto a medicina, tem coisas que leio nos comentários que não da nem pra acreditar que são realmente de verdade.
Trabalho com um médico que até dá atestado quando percebe que é malandragem, mas junto manda fazer uma medicação para o cidadão dormir o resto do dia. Já vi gente sair ‘bufando’ do hospital quando acorda… e nunca mais volta.
Quando eu leio os comentários do seu site, eu me pergunto se vale a pena acordar 5 da manha nesse domingo para ir ao internato. Nao por causa das intempéries do sacerdócio, mas por causa da eterna ignorância de alguns cidadãos que, eventualmente, podem vir a ser meus pacientes. O sus acaba com a nossa imagem, nos torna funcionários sem diferencial aos olhos do estado, escravos aos olhos da população e estranhos dentro de casa. Por mais que minha opinião me faca entrar em atrito com todo tipo de gente na área da saúde, acredito que atendimento medico deva ser pago, sempre. O brasileiro normalmente nao tem maturidade social para valorizar um serviço gratuito. Recentemente, na minha cidade, inauguraram um complexo em uma praia, com chuveiros que ativam automaticamente e tudo mais. Tudo foi depredado em um único dia. Enquanto trabalharmos no sus, essa será nossa realidade.
17 respostas para “Atestado 05”
Aí ele faz uma reclamação no SAC do hospital e você perde o emprego…
Perder o emprego porque não deu o atestado falso pra um malandro que procurou a emergência mentindo doença??? …Acho que não… 🙂
E digo mais:
se eu perdesse meu emprego nessa situação, eu sairia feliz.
Taí: o mercado médico tá bom ainda. não faltam opções de emprego. Tem lugares ruins e lugares bons – lugares que pagam mal, lugares que pagam bem. só precisa procurar e se esforçar pra ser chamado pros bons lugares de trabalho. Um lugar que demite um funcionário porque ele não foi malandro… Esse não é um hospital – essa é uma empresa de “saúde”, cujo objetivo é o lucro… seguramente não deve pagar bem, e nem deve ser referência em medicina, ou tou errado?
Dã!
Cara se um lugar te demite se você se nega a dar um atestado médico falso, você que tem que denunciar a instituição.
Essa semana mesmo chegou um cara no PS em que estagio que teve um corte mínimo no meio da perna, era segurança e motorista, dei 1 ponto, 3 dias de atestado e o cara veio brigar comigo dizendo que precisava de pelo menos uma semana. Isso depois de chorar feito um bebê por causa da agulhada da anestesia, detalhe: o cara tinha dois metros de altura e parecia um armário.
Vê se eu posso?
Rarrá! Salcifufu!!
Só torço para os seus pacientes não lerem seu site, ou nunca mais conseguirá uma confissão… hehehehehehehehe…
Pior é a raça de “prano” de saúde. Acham que estão pagando pelo atestado quando na realidade pagam pela consulta. E tome piti nas segundas.
A quantidade de gente pilantra é tão grande querendo atestado, que os médicos passaram a generalizar e achar que todo mundo quer atestado ou laudo para se aposentar. Isso acaba prejudicando quem está mesmo doente. Conto o caso que aconteceu com uma pessoa da família: o paciente chegou na emergência (plano de saúde particular) reclamando de dor de cabeça. O único sintoma era esse: dor de cabeça muito forte (sem febre). Ele ainda trabalha, mas já é aposentado, só que ninguém contou isso aos médicos. Nesse dia havia umas 100 pessoas com virose na sala de espera. O médico clínico colocou no soro, deu dipirona e não queria internar nem chamar o neurologista. Os médicos diziam que era virose, frescura ou stress. Após um grande reboliço, e muitas ligações depois, apareceu o neurologista que coletou o LCR. Oito dias depois de muitas dores em casa, saiu o resultado do exame: meningite. Hoje está internado, quase morrendo.
Lição que aprendi para ser levado a sério: na emergência, se tiver uns 50 anos, diga que já é aposentado; se for jovem, diga que é empresário.
Amanda, não sei se você é médica, mas saiba uma coisa: a maior vitima das “generalizações”, nesse contexto, são os proprios médicos! (A começar pelo seu comentário de que “os médicos passaram a generalizar” e não “alguns médicos”). Se tem uma coisa que um médico ouve desde o primeiro ano de faculdade é que cada caso é um caso e que todo paciente deve ter sua conduta individualizada. Médico procura fatos! E dá conduta frente a esses achados.
E nesse caso, não sei porque você achou que o fato de muitos quererem atestado tenha prejudicado o atendimento. O médico pode ter deixado de suspeitar da meningite, frente a uma cefaléia sem febre, mas não creio que tenha comido bola por achar que o Sr, queria só um atestado. Fora um detalhe importante…100 pacientes na espera? Quem aguenta esse ritmo e essa carga de trabalho? Só quem ja passou um dia de sobrecarga de trabalho sabe o que isso pode fazer com sua capacidade de raciocínio…tem coisa que passa batido mesmo…não porque o Dr é burro ou ruim, mas porque o cérebro já não dá mais conta de processar tanta informação…isso eu passo toda semana e posso te falar com toda certeza. Atender o paciente numero 3 do dia é simples…atender o 120-130 é outra história! Fora que pra VOCÊ pode ser que sejam 100 pacientes com “virose”, mas pro médico isso só pode ser dito após serem ouvidos e examinados os 100 pacientes. Entendeu quem está generalizando?
Disse tudo, Fernando.
Amanda, eu não levaria um parente meu num médico que já atendeu 100 pessoas pelo mesmo motivo que não levaria meu carro num mecânico que já tivesse “consertado” 100 carros em um dia. Portanto, saiba que numa emergência nessas condições o atendimento será uma merda e coisas desse tipo têm alta probabilidade de acontecer. Quando vocês, pacientes, virem uma emergência nessas condições, ao invés de darem escândalo em nosso consultório, o façam na direção do hospital.
Pra mim… medico que se presta ao papel de atender 130 pessoas por dia não deve ser muito bom.. na verdade nao presta.. se o cara tem conciencia que depois do 100 nao faz um trablaho que preste.. e ainda assim faz.. pelo dinheiro talvez.. que por sinal falaram ai que é bem pokim… médico ai serve de nada nao.. so serve pra passar tylenol e soro!!! O dr fernando.. qnd eu for ai.. vo bem cedim.. pq acho que as estatisticas ai do senhor com todo respeito deve ser do paciente 100 em diante.. entra no modo automatico.. e que se fod@.. entra na generalização.. tao falada e criticada por vc.. é virose!! Ou streess =p
Caro Paciente, existe uma resolução do CFM que preconiza o atendimento de, no máximo, 36 pacientes por médico em plantão de 12 horas. Aí imagina, você, “dodoizinho”, chega a uma urgência e o médico diz : “Só atendo risco de morte porque já cumpri minha cota diária de 36 pacientes.” O que vai acontecer : Aquele velho chororô de que o médico não quer trabalhar e etc. Pago pra o hospital, público ou privado, que respeita essa resolução do CFM.
É triste ver o nível de ignorância da população quanto a medicina, tem coisas que leio nos comentários que não da nem pra acreditar que são realmente de verdade.
Troll nivel master! Hahahaha! Merecido!
Trabalho com um médico que até dá atestado quando percebe que é malandragem, mas junto manda fazer uma medicação para o cidadão dormir o resto do dia. Já vi gente sair ‘bufando’ do hospital quando acorda… e nunca mais volta.
Quando eu leio os comentários do seu site, eu me pergunto se vale a pena acordar 5 da manha nesse domingo para ir ao internato. Nao por causa das intempéries do sacerdócio, mas por causa da eterna ignorância de alguns cidadãos que, eventualmente, podem vir a ser meus pacientes. O sus acaba com a nossa imagem, nos torna funcionários sem diferencial aos olhos do estado, escravos aos olhos da população e estranhos dentro de casa. Por mais que minha opinião me faca entrar em atrito com todo tipo de gente na área da saúde, acredito que atendimento medico deva ser pago, sempre. O brasileiro normalmente nao tem maturidade social para valorizar um serviço gratuito. Recentemente, na minha cidade, inauguraram um complexo em uma praia, com chuveiros que ativam automaticamente e tudo mais. Tudo foi depredado em um único dia. Enquanto trabalharmos no sus, essa será nossa realidade.